terça-feira, 26 de junho de 2007

Televisão e violência...




A explicação da violência e delinquência juvenil, no que toca ao nosso País é centrar na Escola a responsabilidade principal, promovendo-se uma culpabilização dos professores.
É verdade que na Escola se podem empregar mais meios para enfrentar um fenómeno tão preocupante – mais pessoal auxiliar, mais psicólogos e assistentes sociais, melhor preparação e motivação dos docentes, legislação adequada , mais actividades desportivas e culturais, novos programas, entre outras medidas.
Mas as causas principais, no meu ponto de vista, estão fora da escola. Pais desencontrados, horários desencontrados, o inferno do trânsito, a tensão dos pagamentos certos e dos recebimentos incertos. A miséria exposta, ainda maior a ocultada. As frustrações e a pressão consumista. A urgência do parecer ser, a procura desenfreada do carro de "marca", não pode ser um "opelzito" mas o audi, a casa da praia, as férias em Bora-Bora, isto sim é a realização pessoal. E os filhos...não podem deixar de ter as "playstations", mesmo que se pague em prestações...os ténis de "marca".os jeans de "marca, não vão as crianças ficar traumatizadas...e os jovens passam horas e horas de solidão, entregues a si e à ama principal; " a televisão". Sabemos que hoje em dia os programas onde são essencialmente de violência que passa a todas as horas, entre spots promocionais de filmes que passam a desoras, em que sexo e agressão se entrelaçam, desenhos animados a escorrer violência, onde o culto da ambição sem escrúpulos, do engano bem sucedido, do desrespeito pelos outros, do individualismo mais cru, passa entre «inocentes» mensagens publicitárias.
Nos Estados Unidos, onde existe o pior e o melhor, um jovem negro foi condenado a prisão perpétua cometeu um crime imitando uma cena televisiva de luta livre, de «wrestling», um êxito nas cadeias televisivas norte-americanas. Este jovem tem hoje 14 anos...Será que os senhores directores dos programas televisivos, os educadores e o Estado não deveriam unir esforços para que a agressividade e a violência não fosse o "prato" diário dos programas televisivos??? Não há no mundo eventos maravilhosos e estimulantes para as crianças , incluindo todo o universo dos adultos, todos nós.

domingo, 17 de junho de 2007

Ainda se morre por amor ou desobediência



Em que século estamos? Século XVI, na época do "Romeu e Julieta"? Uns povos evoluiram outros não? Quanto vale a vida de um ser humano, neste caso, uma mulher, uma filha?
Banaz Mahmod, de 20 anos de idade, foi morta por ordem do pai porque se apaixonou por um homem que a família dela, de origem curda, não aprovava. O pai e tio foram condenados em Londres porque a mandaram matar.
O caso ganhou relevo nos jornais não apenas por ser um crime para defesa da honra, segundo a sua família, mas também porque a jovem deixou gravado na câmara do telemóvel do seu namorado um pedido de ajuda .
As imagens foram gravadas num hospital, ela contava que naquela noite tinha conseguido fugir de um atentado e que estava com medo. O pai achava que ela tinha desonrado a família.
Banaz foi assassinada em Janeiro, na sua casa, em Mitcham, no sul de Londres.
A polícia foi avisada várias vezes de que Banaz corria risco de vida. parece que de nada valeu o seu apelo ... até quando se morre por amor e escolha pessoal? Até quando estas mulheres não podem fazer as suas escolhas? Morrer num pais onde existe liberdade ...é quase como morrer afogado quando se está a chegar àpraia ...é demasiado triste....
O que sentem estes pais? ...o que vale mais ? Uma filha ou a "dita" honra?...quanta maldade e má formação ... espero que a justiça Inglesa faça cumprir as leis pelas quais nos orientamos...

terça-feira, 12 de junho de 2007


Miguel Sousa Tavares... (Escritor português, a propósito da perda de sua Mãe, a escritora e poetisa Sophia de Mello-Breyner)

"... E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."

Ir vivendo...


O que virá amanhã? Saúde? Doença? Felicidade? Infelicidade? Amigos? Inimigos? Vida? Morte? Será que chega mesmo a existir um amanhã?
O futuro é imprevisivel, por isso há que aproveitar cada segundo das nossas vidas, enquanto ainda as temos.

...A Esperança...


"A vida revela-se ao mundo como uma alegria. Há alegria no jogo eternamente variado dos seus matizes, na música das suas vozes, na dança dos seus movimentos. A morte não pode ser verdade enquanto não desaparecer a alegria do coração do ser humano.
(Tagore, escritor indiano) "

"Entre todas as vicissitudes da vida, embora a experiência humana varie muito de indivíduo para indivíduo, há um acontecimento que é inevitável para todos: a Morte! Não importa qual seja a nossa posição social; se a vida que vivemos foi louvável ou não; se nossa passagem entre os homens ficou marcada por grandes feitos; se vivemos uma vida saudável ou de enfermidades; se fomos famosos e rodeados de amigos ou obscuros e solitários, chegará um momento em que estaremos sós, diante do portal da Morte, e seremos forçados a dar um salto no escuro.»
Max Heindel

A Finitude...

"Quando morremos, deixamos atrás de nós tudo o que possuímos e levamos tudo o que somos."
(Autor desconhecido)

Hoje tive contacto com a morte através de uma pessoa que eu não conhecia...no entanto o facto de ser um desconhecido, de eu nem sequer saber o seu nome ... não deixou de me afectar... no meu dia a dia eu tento não pensar na minha finitude , fui confrontada com ela através do "outro" . Sinto-me abalada, acordo, trago para o meu consciente uma realidade objectiva e clara que tento recalcar ...a morte. Esta pessoa caminhava no passeio com um amigo, não teve tempo dizer nada ...simplesmente morreu na calçada. Eu estava a estudar num café , com imensas janelas, um dia normal, como tantos outros... As pessoas, anónimas , seguiam o seu percurso diário, cada um englobando o seu próprio mundo encoberto, com todas as dificuldades e alegrias inerentes à qualidade de ser humano... e de repente ...não pude deixar de testemunhar o último dia, o último momento, os últimos segundos de vida desta pessoa cujo nome desconheço...Senti uma verdadeira impotência, frustração, tristeza ...não pude fazer nada...simplesmente assistir ao fim. Ver morrer alguém, mesmo que seja um desconhecido, perante os olhares curiosos, transtornados, piedosos, das muitas pessoas que percorriam o caminho da calçada... é simplesmente lidar com a essência da nossa vida - a morte.
Nesta matéria a ciência , não conseguiu criar teorias nem objectivar... apenas a constatação do fim de um organismo vivo, chamado ser humano ... Depois a religião tenta argumentar com imensas teorias, consoante as religiões: para uns a existência da vida após a morte é uma evidência, a ressurreição, a reencarnação...etc, etc, mas provas evidentes ...não há...e continuamos neste mistério da vida... tentando esquecer as nossas fragilidades, comportando-nos como se fossemos eternos...acumulando egoísmos, riquezas, ambições...para quê??? Ou velhos ou novos morreremos um dia...Foi só um dia melancólico, reflectir na vida e na morte deixou-me triste!

segunda-feira, 11 de junho de 2007

"Os Fantasmas Azuis"...

Malalai Joya , é uma mulher corajosa, uma combatente da liberdade, especialmente da liberdade das mulheres, vive num meio masculino hostil. Nasceu no dia 25 de Abril de 1979, esta jovem deputada Afegã é uma figura controversa no seu país, luta pelos direitos e liberdades humanas e não teme os fundamentalistas.
Não usa a burka e as mulheres confiam nela. Sempre vigiada por guarda-costas, já sofreu alguns atentados pela sua ousadia, mas continua sem "papas na língua"... Pela sua coragem e pela luta dos oprimidos é para mim uma mulher digna de louvor.

domingo, 3 de junho de 2007

Pensamento/Reflexão


"A Certeza entra com vigor "









"Quem quer defender o falso tem motivo suficiente para entrar com mansidão e apresentar-se como defensor de um estilo refinado de vida. Quem sente que está do lado certo tem que entrar com vigor. Uma certeza com boas maneiras é coisa que não faz sentido. "






Johann Wolfgang von Goethe, in "Máximas e Reflexões"

"Um dia estranho para a justiça em Portugal ..."


Esta semana ocorreram em Portugal decisões judiciais algo pertubadoras.

Um juiz decidiu diminuir a pena a um pedófilo, de 6 anos para 4 anos de prisão, esclarecendo que o fez porque a criança em questão já tinha 13 anos e não 5 ou 4 anos...como se o crime fosse menor!!!... um ponto de vista algo assustador... por exemplo, no caso de Esmeralda , o pai adoptivo foi condenado a 6 anos de cadeia por "rapto"(por amor , não por violação)...é uma sentença "sui generis"... Mas a explicação do juíz causou ainda mais polémica que a sentença.
Entretanto, no Porto, uma mulher foi ilibada de um crime de homicídio por ter matado com um machado o marido que a ameaçava com uma foice e a agredira nos últimos 40 anos. Esta sentença foi de encontro ao senso comum e a mulher viu-se transformada em heroína sendo aplaudida em tribunal pela população... Ontem foi um dia estranho para a justiça em Portugal. Não, em nada contribuiu para o esclarecimento e a compreensão do público em geral...A JUSTIÇA é à medida de quem a aplica...Os políticos , os médicos, os jornalistas são criticados , inquiridos, e os juízes? São uma espécie de Deuses intocáveis? Até quando estes senhores ficarão impunes pelas suas incompetências??? Os senhores juízes têm a vida das pessoas nas mãos ...grandes responsabilidades...deveriam então ser mais humanos, justos e cairem do seu pedestal, da sua prepotência ...


sexta-feira, 1 de junho de 2007


Após a 2ª Grande Guerra Mundial, as crianças de todo o Mundo enfrentavam grandes dificuldades, a alimentação era deficiente, os cuidados médicos eram escassos. Os pais não tinham dinheiro, viviam com muitas dificuldades, retiravam os filhos da Escola e punham-nos a trabalhar de sol a sol. Mais de metade das crianças Europeias não sabia ler nem escrever.
Em 1950, a Federação Democrática Internacional das Mulheres, propôs às Nações Unidas que se comemorasse um dia dedicado a todas as crianças do Mundo.
Os Estados Membros das Nações Unidas, - ONU - reconhecendo que as crianças, independentemente da raça, cor, sexo, religião e origem nacional ou social, necessitam de cuidados e atenções especiais, precisam de ser compreendidas, preparadas e educadas de modo a terem possibilidades de usufruir de um futuro condigno e risonho, propuseram o Dia 1 de Junho, como Dia Mundial da Criança.
10 Princípios da Declaração dos Direitos da Criança
Princípio 1º
Toda criança será beneficiada por estes direitos, sem nenhuma discriminação de raça, cor, sexo, língua, religião, país de origem, classe social ou situação económica. Toda e qualquer criança do mundo deve ter seus direitos respeitados!
Princípio 2º
Todas as crianças têm direito a protecção especial e a todas as facilidades e oportunidades para se desenvolver plenamente, com liberdade e dignidade. As leis deverão ter em conta os melhores interesses da criança.
Princípio 3º
Desde o dia em que nasce, toda a criança tem direito a um nome e uma nacionalidade, ou seja, ser cidadão de um país.
Princípio 4º
As crianças têm direito a crescer e criar-se com saúde. Para isso, as futuras mães também têm direito a cuidados especiais, para que seus filhos possam nascer saudáveis. Todas as crianças têm também direito a alimentação, habitação, recreação e assistência médica.
Princípio 5º
Crianças com deficiência física ou mental devem receber educação e cuidados especiais exigidos pela sua condição particular. Porque elas merecem respeito como qualquer criança.
Princípio 6º
Toda a criança deve crescer num ambiente de amor, segurança e compreensão. As crianças devem ser criadas sob o cuidado dos pais, e as mais pequenas jamais deverão separar-se da mãe, a menos que seja necessário (para bem da criança). O governo e a sociedade têm a obrigação de fornecer cuidados especiais para as crianças que não têm família nem dinheiro para viver decentemente.
Princípio 7º
Toda a criança tem direito a receber educação primária gratuita, e também de qualidade, para que possa ter oportunidades iguais para desenvolver as suas habilidades.E como brincar também é uma boa maneira de aprender, as crianças também têm todo o direito de brincar e de se divertir!
Princípio 8º
Seja numa emergência ou acidente, ou em qualquer outro caso, a criança deverá ser a primeira a receber protecção e socorro dos adultos.
Princípio 9º
Nenhuma criança deverá sofrer por negligência (maus cuidados ou falta deles) dos responsáveis ou do governo, nem por crueldade e exploração. Não será nunca objecto de tráfico (tirada dos pais e vendida e comprada por outras pessoas).Nenhuma criança deverá trabalhar antes da idade mínima, nem deverá ser obrigada a fazer actividades que prejudiquem sua saúde, educação e desenvolvimento.
Princípio 10º
A criança deverá ser protegida contra qualquer tipo de preconceito, seja de raça, religião ou posição social. Toda criança deverá crescer num ambiente de compreensão, tolerância e amizade, de paz e de fraternidade universal.
Infelizmente, tantos anos passados da 2ª Guerra Mundial e ainda se notam muitas dessas falhas um pouco por todo o Mundo. Muitas crianças sofrem todo o tipo de humilhações e ofensas tanto físicas como psicológicas.Lutar pelos direitos das crianças é um dever de todos nós, elas são o futuro e merecem todo o respeito e dignidade.

Quando as crianças brincam...






Quando as crianças brincam
E eu as ouço brincar,
Qualquer coisa em minha alma
Começa a se alegrar
E toda aquela infância
Que não tive me vem,
Numa onda de alegria
Que não foi de ninguém.
Se quem fui é enigma,
E quem serei visão,
Quem sou ao menos sinta
Isto no meu coração."
Fernando Pessoa
05/09/1933