segunda-feira, 14 de abril de 2008

A Tirania do comportamento Humano???


A Humanidade não sabe mesmo do que é capaz!
Nós seres humanos, ditos racionais, clamamos bem alto a nossa inteligêngia, a nossa moral, o nosso bom senso...o que nos distingue, segundo nós, dos animais... Afinal, somos defrontados por vezes, com uma realidade assustadora.
Na Unidade Curricular de Educação visualizamos uma experiência realizada pelo Doutor Zimbardo, em 1971, há 37anos, demonstra-nos bem do que todos somos capazes, ou quase todos...
Este estudo foi realizado Universidade de Stanford. Neste edifício e na cave simularam uma prisão. Os sujeitos seleccionados responderam a um anúncio num jornal que solicitava voluntários pagos. Foram escolhidos 24 indivíduos do sexo masculino, universitários , classe média e considerados "os mais estáveis" quer a nível psicológico quer a nível físico. Aleatoriamente escolheram metade dos sujeitos para "vestirem" o papel de guardas e a outra metade o papel de prisioneiros. Esta experiência tinha como objectivo explorar a dinâmica interpessoal do contexto prisional. Cada grupo reresentaria o papel correspondente pelo período de 2 semanas.
Os resultados ultrapassaram todas as expectativas idealizadas pelos investigadores.
Os prisioneiros tiveram uma perda de identidade e alguns apresentaram sintomas de perturbações emociais, perdendo o controle e a arbitrariedade do seu comportamente, tornando-se passivos, apáticos, dependentes, depressivos e até com sentimentos de desamparo. Vivenciaram de tal forma o seu papel de prisioneiros , bem como os esteréotipos culturais e sociais existentes sobre o papel que tiveram dificuldades em distinguir o real do fictício, submetendo-se completamente às normas e regras vigintes determinadas para o papel de prisioneiro. Os guardas igualmente viveram o papel da mesma forma, exercendo poder sobre os prisioneiros, esquecendo-se que era uma experiência. Humilhavam, intimidavam, usaram de alguma brutalidade,(esta tinha sido proibida antes da experiência) manipulavam psicologicamente e até sadicamente os prisioneiros de forma a estabelecerem limites e barreiras de poder entre os dois grupos.
Esta experiência teve de ser interrompida ao fim de seis dias. Os guardas utilizavam cada vez mais o seu poder sobre os prisioneiros, acreditavam na legitimação do papel e agiam de acordo. Os prisioneiros, por sua vez, aceitaram o papel submisso e desumanizado. Tanto prisioneiros como guardas trasitaram de papéis muito facilmente, devido às expectativas geradas socialmente e culturalmente em torno dos papéis, também porque assumiram rapidamente as normas do grupo ao qual pertenciam. Espotâneamente os comportamentos e as atitudes foram vivenciads como suas, nos dois grupos diferenciados.
Reflecti perante esta experiência e lembrei-me das imagens vistas há uns tempos, saídas dos porões iraquianos de Abu Ghraib; o “homem-espantalho”, a “pirâmide humana” de corpos nus, o rastejar do preso puxado por uma coleira, o escárnio da soldado que o atormenta — as semelhanças com o esta experiência são muitas e gritantes. As profundezas do comportamento humano são completamente um enigma. A experiência de Zimbardo na minha perspectiva não cumpriu os perssupostos éticos...mas espelha de alguma forma como os HOMENS se podem comportar num contexto prisional .